- Fêssora! Eu não respondo a chamada porque estou sem crédito.
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
CONTOTIDIANO
telefone não toca. ele esperando, comendo os sabugos das unhas. ela disse que ligaria cheia de convicção e entusiasmo. duas doses de conhaque. o pé tremulando. pernas cruzadas, bandeirola, biruta, ansioso. uma hora depois do combinado telefone ulula. era engano. a vendedora de telemarketing tinha a voz igualzinha, mas o plano não lhe atendia.
(vfm)
terça-feira, 13 de outubro de 2015
DECOTE
Pipilante o decote, primeiro prazer dos olhos que aceitam com delícias cair naquele abismo. Aquelas duas taças servindo a você um brinde róseo e rígido e ereto, doce pudim sem sutiã. Mordiscava a juventude aquela fruta? Pássaros frenéticos montavam ninhos naqueles dois vulcões? Algum poeta entontecido afiava o ferrão de um verso? Quem não chuparia? Eu me ofereço. Eu me descerro em teus seios. Duas suplicantes cornucópias cheias de palavrões amorosos. Ahhhh! Aquele decote... Cadeia montanhosa e erógena. Qual porto desembarco minha língua inflando as velas das auréolas? Biquinhos afrodisíacos em flor, entumecidos. Simplesmente um par de carícias prontinho a aceitar ordens. Qual é maior? Perco-me diante desse farol de luz lasciva. Teus seios: Vertigens e palpitações. Duras brasas da violação. Com as mãos em conchas peço que derrame teu leite e prêmio. Ahhhh! Teus seios rendidos, em suspiros, diante do meu batalhão de beijos. Quero romper esses mil véus do orgasmo e do delírio. Voe rasante e se despetale.
Mas, infelizmente, eles não se mexem e não piscam pra mim. Maldito decote. Terrível odalisca. Que suplício!!!!
(VFM)
DIA DAS CRIANÇAS NO CONGRESSO
Políticos num pega-pega com o dinheiro público:
- Não é jogo de polícia e ladrão!, garantem com suas máscaras galhofeiras.
No entanto, se perguntam cadê os papéis de carta eles respondem no esconde-esconde:
- Gato comeu!
O povo ainda pede: "Stop!", mas na dança das cadeiras continua a brincadeira de rouba bandeira. A diversão é uma salada de fruta: "É ele? É ele?", mas ninguém quer segurar a batata quente, somente passar anel e propina.
O jogo do poder é um cabo de guerra. Xadrez? Nem forca! Fingem de morto-vivo. Eles sempre querem dar as cartas.
Os políticos se acham os donos da bola e no recreio o povo fica de bobinho.
(VFM)
MINICONTO
Dolores
- Quanto VC cobra pelo serviço?
- Na Real, senhor, $4 por minuto.
- Qual seu último trabalho?
- Do-lar.
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